O SBT estreou na noite desta segunda-feira (21), a versão brasileira de "Carinha de Anjo", adaptada por Leonor Corrêa com supervisão de Íris Abravanel, baseada na original mexicana "Carita de Ángel" (uma produção de Nicandro Díaz González e escrita por Kary Fajer) que por sua vez é oriunda da argentina "Papá Corazón" de Abel Santa Cruz, transmitida em 1971.
O primeiro capítulo foi sensacional. Fomos apresentados aos personagens num panorama além Dulce Maria, seu pai Gustavo (Carlo Porto), a famosa Tia Perucas (Priscila Sol) e seus looks nada discretos, a doce e sensível Irmã Cecília (Bia Arantes), a amalucada Irmã Fabiana (Karen Hills) com seu dom pra música e como fiel parceira de travessuras de Dulce (Lorena Queiroz), a severa Madre Superiora (Eliana Guttman), além do núcleo da família Oliveira composta por Zeca (Jean Paulo Campos) e seus pais. Pra odiar, temos a belíssima Nicole (Dani Gondim), a namorada de Gustavo. Já a juventude sempre conectada está bem representada por Juju Almeida (Maisa Silva), sua mãe e seu irmão.
O grande destaque é Lorena Queiroz, perfeita com sua Dulce Maria. As cenas de Dulce Maria são um verdadeiro ataque de fofura, é perfeita pro papel. Encontrei poucas, mas algumas críticas quanto a atuação da pequena, mas temos que levar em consideração muitas coisas. A começar por ser uma menina de 5 anos, há um encantamento graças a espontaneidade de uma criança dessa faixa etária. Acredito que se Lorena fosse mais "engessada" em cena, não passaria a mesma emoção e o mesmo sentimento que passa com sua inocência, naturalidade e esperteza. Sua melhor amiguinha do colégio, Adriana, parece ser ainda mais nova e também é muito fofa. Julgar a atuação de crianças de cinco anos parece querer demais, exigir que deixem sua inocência e encanto de lado pra moldar algo artificial.
Um dos momentos mais aguardados foi a aparição de Lucero. A estrela mexicana dá vida a Teresa, a mãe de Dulce Maria, com quem se encontra numa casinha muito fofa nos sonhos da menina. Lucero, em frente ou longe das câmeras é uma simpatia e o carisma em pessoa. A diva está dominando nosso idioma mas sem perder o sotaque que carrega todo um charme. Lucero apareceu primeiro num flashback de Gustavo, uma cena delicada onde fica registrada de uma forma subentendida como Teresa morreu. Teresa tem a função de mostrar pra Dulce Maria que o amor de mãe é eterno e ainda ajudará a filha a aceitar a nova realidade. Ao mesmo tempo, transborda a imaginação da criança, transporta até mesmo os adultos até esse mundinho terno e secreto.
A internet foi à loucura com Lucero em cena e a tag #CarinhadeAnjo001 permaneceu em primeiro lugar dos assuntos mais comentados do Twitter.
Ao final do capítulo, podemos testemunhar a cena mais emocionante, capaz de tirar lágrimas de qualquer pessoa: o reencontro de Gustavo com Dulce Maria, depois que ele abandonou a filha e se afastou por anos ao ter entrado em depressão com a morte da esposa. Carlo Porto se posicionou de uma forma sensível, com o olhar caridoso de um pai, que aliás, se mostra um dos melhores protagonistas de novelas da emissora de Silvio Santos.
Lembram-se quando eu falei a respeito do talento e espontaneidade de Lorena Queiroz e que essa era a magia da personagem? Pois bem, quem deu um show em cena e provou que ainda vai arrancar muitas lágrimas do público foi a pequena, com a inocência e o desejo realizado de ter seu pai de volta ao seu lado, mais natural impossível.
Se pegarmos desde "Carrossel", passarmos por "Chiquititas" e chegar até "Cúmplices de um Resgate", o que se nota é que a faixa etária das novelas foi evoluindo e agora, há o desafio de trazer o público pequenino que chegou com "Carrossel" e continuar juntando a família em frente à TV, tarefa que não será difícil pela qualidade e segmentação. Por outro lado, existe a questão de segurar o público jovem que chegou, principalmente com "Cúmplices de um Resgate", o que se há refletido nos personagens de Maisa Silva e Jean Paulo Campos, respetivamente Juju e Zeca, que conversam diretamente com o público adolescente e conectado.
Ressalta-se também o reencontro em cena de Ângela Dippe e Blota Filho, que formaram uma dupla e tanto em "Pérola Negra" (1998) como Ivone e Zacarias.
A abertura mistura a realidade com desenho animado e sobrepõe a imaginação da criança, proposta semelhante a da versão mexicana. Pra completar, Lucero dá vida ao tema musical "Carinha de Anjo", a versão em português da música que foi interpretada originalmente por Tatiana.
"Carinha de Anjo" ao meu ver, é a melhor novela até agora desde que se deu início aos remakes infantis e tem tudo pra ser um sucesso: a direção, as músicas, as crianças que são puro carisma, o universo lúdico e encantado, a arte e o texto de Leonor Corrêa, uma aposta mais que certeira para a dramaturgia do SBT.
Manter a família unida vai ser moleza para uma novela tão doce e apaixonante.
Pronta pra arrasar, Dulce Maria?
Obrigado pela visita e até a próxima!
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