Aguardada por anos mas impedida pelo teor de seu conteúdo, "Celebridade", novela escrita por Gilberto Braga veiculada entre 2003 e 2004 pela Globo com muito êxito, ganhou uma chance de reprise à tarde no 'Vale a Pena Ver de Novo' depois da reformulação das regras da classificação indicativa. Mas desde de sua estreia, em dezembro do ano passado, tem sofrido com a audiência em baixa e a falta de repercussão com o público, que parece ter fugido depois da reprise em alta de "Senhora do Destino".
Algumas teorias fazem sentido para explicar a situação da novela. A primeira delas é a divulgação feita em cima da hora. Com aproximadamente uma semana para a estreia, a Globo resolveu começar a anunciar as chamadas, estas que atrasaram pelo motivo de "alguém" lá de dentro não ter gostado do que estava pronto para ser solto nos intervalos e mandou refazer. A mesma não teve o tratamento que houve com a antecessora no horário, a novela da Nazaré Tedesco, superestimada e que ganhou chamadas com o elenco que discursava como valia assisti-la novamente. Custava ter chamado alguns atores e atrizes e gravarem no estilo, falando da rivalidade de Maria Clara e Laura, relembrando os momentos icônicos da novela? Tudo pareceu algo realmente feito em cima da hora, desde a escolha da trama para o horário até a divulgação. Estreia em final de ano também é arriscado, época de baixa e festas em que o público passa longe da televisão, fazendo a audiência e participação nacional dos televisores ligados cair, afinal uma novela que se inicia no final do ano pode deixar de ter atenção, a não ser dos mais assíduos.
Em segundo plano temos a edição da novela. Mesmo após a reformulação das normas da classificação indicativa, que antes permitia apenas conteúdo com censura de 10 anos para antes das 20h, hoje existe uma liberdade maior. "Senhora do Destino" foi exibida com classificação de 10 anos e foi mutilada em cenas de tapa na cara, surras e até alterações na história do casal lésbico formado por Bárbara Borges e Christine Fernandes. Com "Celebridade" resolveram ousar e minimizaram a classificação de 14 anos para 12 anos. Na prática pouca coisa mudou já que a maneira "carinhosa" (ironia) como Laura (Cláudia Abreu) e Marcos (Márcio Garcia) se tratavam sumiu, assim como cenas de Jaqueline (Juliana Paes) e Darlene (Deborah Secco). Não dá pra deixar de imaginar que a famosa cena da surra que Laura leva de Maria Clara (Malu Mader) sofra ajustes.
Em outro ângulo, a gente se questiona como a Globo trata a novela, com cuidado mas sem esforço. Desde sua estreia, a reprise amarga o status de ser um dos maiores fracassos da faixa. O motivo pode se dar pela lentidão dos capítulos. A história no início é muito amarrada e pra que as coisas façam sentido, tudo caminha devagar pra quem assiste ir no mesmo passo e entender, mas talvez isso afaste o interesse de quem está do outro lado da televisão. A edição da Globo não colabora pra audiência tentar subir: não seria mais lógico diante do fracasso avançar a trama pra parte que realmente importa e que começa a "ferver"? Pelo contrário, é o que deixam de fazer quando insistem em fazer uma salada de cenas aleatórias e avulsas que não fazem diferença nenhuma pra história, como aquelas partidas de futebol no Andaraí e a música do Dudu Nobre que toca milhares de vezes no mesmo capítulo. O panorama de novela atual não é o mesmo de anos atrás, hoje ninguém aguenta muita enrolação e isso implica com a estrutura da novela, que envelheceu as situações junto com a qualidade da imagem que se tornou grotesca nesta versão com zoom. Como o público não comprou a história desde o início, o texto muito bem elaborado e uma novela que foca nos pequenos trambiques e detalhes, tornou-se uma obra na qual o público precisa prestar mais atenção e fugiu da estrutura de "Senhora do Destino", que traz uma história mastigada e bem explicada desde o começo.
O que muitas vezes acontece com novelas que o público pede reprise e demoram a ser exibidas é que acabam no fiasco, como foi o caso de "O Profeta", "Cobras & Lagartos" e "Deus nos Acuda", por exemplo. Agora parece mais difícil pra Globo admitir o fracasso de "Celebridade" e a exibe quase que na íntegra. Essa é a única explicação pra uma reprise que não rende em audiência (a não ser que seja faturamento com anunciante) estar no ar nesse formato lento e "completo". Em 2010, por motivo semelhante a Globo desceu a tesoura em "Sete Pecados" (2007) que fora reexibida condensada em 83 capítulos, dos 208 originais. Se não está dando certo e agradando, o melhor é avançar a fita pra terminar logo, se não subiu até agora e já que ninguém pensou numa estratégia boa. Nem se voltar com a abertura que sumiu depois de ter sido exibida por cinco dias, não sobe mais. A intenção é boa, porém o Vale a Pena Ver de Novo não é Canal VIVA pra reprisar novela na íntegra sem tirar nem pôr.
No âmbito geral "Celebridade" é muito boa, mas tudo que é desnecessário afasta o interesse. Nos tempos de hoje paciência é fundamental.
Em segundo plano temos a edição da novela. Mesmo após a reformulação das normas da classificação indicativa, que antes permitia apenas conteúdo com censura de 10 anos para antes das 20h, hoje existe uma liberdade maior. "Senhora do Destino" foi exibida com classificação de 10 anos e foi mutilada em cenas de tapa na cara, surras e até alterações na história do casal lésbico formado por Bárbara Borges e Christine Fernandes. Com "Celebridade" resolveram ousar e minimizaram a classificação de 14 anos para 12 anos. Na prática pouca coisa mudou já que a maneira "carinhosa" (ironia) como Laura (Cláudia Abreu) e Marcos (Márcio Garcia) se tratavam sumiu, assim como cenas de Jaqueline (Juliana Paes) e Darlene (Deborah Secco). Não dá pra deixar de imaginar que a famosa cena da surra que Laura leva de Maria Clara (Malu Mader) sofra ajustes.
Em outro ângulo, a gente se questiona como a Globo trata a novela, com cuidado mas sem esforço. Desde sua estreia, a reprise amarga o status de ser um dos maiores fracassos da faixa. O motivo pode se dar pela lentidão dos capítulos. A história no início é muito amarrada e pra que as coisas façam sentido, tudo caminha devagar pra quem assiste ir no mesmo passo e entender, mas talvez isso afaste o interesse de quem está do outro lado da televisão. A edição da Globo não colabora pra audiência tentar subir: não seria mais lógico diante do fracasso avançar a trama pra parte que realmente importa e que começa a "ferver"? Pelo contrário, é o que deixam de fazer quando insistem em fazer uma salada de cenas aleatórias e avulsas que não fazem diferença nenhuma pra história, como aquelas partidas de futebol no Andaraí e a música do Dudu Nobre que toca milhares de vezes no mesmo capítulo. O panorama de novela atual não é o mesmo de anos atrás, hoje ninguém aguenta muita enrolação e isso implica com a estrutura da novela, que envelheceu as situações junto com a qualidade da imagem que se tornou grotesca nesta versão com zoom. Como o público não comprou a história desde o início, o texto muito bem elaborado e uma novela que foca nos pequenos trambiques e detalhes, tornou-se uma obra na qual o público precisa prestar mais atenção e fugiu da estrutura de "Senhora do Destino", que traz uma história mastigada e bem explicada desde o começo.
No âmbito geral "Celebridade" é muito boa, mas tudo que é desnecessário afasta o interesse. Nos tempos de hoje paciência é fundamental.
Obrigado pela visita e até a próxima!
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