| CRÍTICA: "TELETON" PRECISA DE UMA REFORMULAÇÃO URGENTE APÓS PIOR EDIÇÃO DE TODOS OS TEMPOS EM 2019
As irmãs Abravanel formaram o clímax do Teleton 2019 - Imagem: SBT/Reprodução |
Evento anual do SBT que visa arrecadar quantias para ajudar a AACD na manutenção e prestação de serviços a crianças deficientes, o "Teleton" foi um formato que surgiu no SBT em 1998 a partir de uma sugestão de Hebe Camargo ao levar a instituição aos conhecimentos de seu patrão. De lá pra cá, a emissora cede todos os anos, no mês de outubro, aproximadamente 24 horas da programação para a realização e apresentação de uma verdadeira maratona do bem. Porém, o resultado geral da edição de 2019, realizada entre a última sexta e sábado, provam como são necessárias reformulações e atenções urgentes.
Já se foi a época em que emissoras concorrentes do SBT abraçavam a causa e andavam de mãos dadas. Hoje, a Globo e outras emissoras liberam poucos nomes, apenas, aparentemente, como uma obrigação. As estrelas globais da noite foram o casal Klebber Toledo e Camila Queiroz, que de fato não fizeram nada além de ler um teleprompter e pedir doações, o que a maioria dos apresentadores fez e este é outro problema a ser resolvido. Considerada como uma das piores edições do evento, a crítica e o público se prostraram bastante descontentes com o que foi apresentado.
O casal global Klebber Toledo e Camila Queiroz foram os liberados pela Globo - Imagem: SBT/Reprodução. |
Ler um roteiro de falas ao vivo, mostrar matérias especiais com histórias de superação (por mais bonitas e importantes que sejam), chamar atrações musicais e usar apelos para o telespectador se comover e doar alguma quantia para ajudar a AACD está tornando o programa cada vez mais cansativo e assim, anualmente repetitivo. Durante toda sua transmissão a sensação que permaneceu foi de ter o mesmo conteúdo de sempre. Não há nenhuma novidade para transformar em algo mais interativo, seja para quem doa ou para quem apenas busca um entretenimento e passa o dia assistindo. Nos anos de 2002 a 2007, o SBT chegou a unir seus programas nestes dias com transmissões, por exemplo de uma edição especial e temática do programa de Hebe Camargo, um "Show do Milhão" especial, gincanas no pátio da emissora ou mobilizações ao vivo pelo Brasil em principais praças do país. Afinal, são mais de 24 horas de transmissões interruptas e uma renovação faz parte para trazer um frescor ao projeto e atrair ainda mais o telespectador e contribuinte.
Uma ideia interessante seria a exibição de um "Casos de Família" especial com pacientes da AACD contando com seus familiares e relatando suas histórias de vida ou até mesmo, uma edição menor que o habitual e especial de "A Praça é Nossa" com pacientes. Incluir as crianças dentro de programas, sejam eles nesta ideia de uma veiculação especial no momento do evento, ou fora disso, entra também uma questão cada vez mais importante: a representatividade, a acessibilidade e a integração de crianças especiais no meio geral.
Talvez isso seja sonhar demais e requerer um investimento maior para o projeto, que neste ano, sofreu um grande descaso. Muitos telespectadores foram pegos de surpresa e a péssima divulgação contribuiu para isso. Alguns sites apontaram uma proibição de comentar a sobre o "Teleton" nos programas da casa. O "Fofocalizando", exibido na tarde da sexta sequente ao evento, ignorou totalmente o assunto e preferiu focar nos homens mais bonitos da novela "A Dona do Pedaço".
Sabrina Sato e Eliana dão selinho ao vivo como homenagem para Hebe Camargo - Imagem: SBT/Reprodução. |
A direção e organização deixaram muito a desejar com uma bagunça descontrolada. Apresentadores chamavam convidados na hora errada e através do roteiro lido na hora, anunciavam atrações que já haviam sido apresentadas. Um dos pontos mais críticos desta falta de organização foi a entrada no palco de um senhor doador cujo cheque desapareceu. Como assim? É que ninguém encontrou. O voluntário relatou ter entregado para alguém quando chegou e nem mesmo a tentativa de Celso Portiolli, em contornar e desfocar o desconforto da situação funcionaram. Mas relaxe, o pior ainda estava por vir.
O público espera todos os anos pelo encerramento que costuma ser realizado com a presença de Silvio Santos. O gran finale de 2019 foi o ápice do evento, porém, negativamente. Gripado e sem voz, Silvio não pôde comparecer e as incubidas para a missão foram suas três filhas Patrícia, Rebeca e Silvia que, posteriormente, contaram com o apoio, no palco, da mãe Íris e do leiloeiro Mauro Zukerman, este, amigo de longa data de Silvio. Como se sabe, a parte das 21h30 até a finalização do evento não é roteirizado e sim, improvisado pelo patrão e suas peraltices. Com isso, as três filhas tentaram improvisar também e controlar a situação. O desastre estava formado.
Nervosas e completamente despreparadas para a situação, o que se assistiu foi uma guerra de egos ao vivo e um culto evangélico. Rebeca, visivelmente perdida, leu o roteiro às pressas, Patrícia tentou falar mais que qualquer uma de suas irmãs e até mesmo de contribuintes, sempre passando por cima da fala dos outros para chamar a atenção e aumentando o tom de voz do nada (como aqueles gritos, que eu não suporto) e Sílvia, cometeu mais uma vez seus erros de querer trazer ao público, problemas de bastidores dos quais ninguém precisa tomar ideia ao declarar, em tom de descontentamento, que ela e suas duas irmãs foram jogadas em cima da hora no palco, como um "se vira nos 30", o que é mais uma das gafes dela em frente às câmeras, seja no "Bom Dia e Cia.", reclamando ao vivo do rapaz responsável pelo ar condicionado e dando satisfações por suas faltas ou no Troféu Imprensa, quando explana anualmente que recebe apenas um salário de produtora.
Íris Abravanel, bem tímida, como já mostrou diversas vezes sua dificuldade em aparecer diante das câmeras entrou no palco como reforço e Patrícia aproveitou para tentar fazer piada ao dizer que seu pai deveria estar assistindo e reprovado o desempenho delas. A mãe, claro, desmentiu a exclamação da filha.
Rebeca, Patrícia e Silvia Abravanel "precisaram" segurar Aline Barros no palco além do previsto - Imagem: SBT/Reprodução. |
Sem ter muito o que fazer, as irmãs seguraram, além do previsto, a participação da cantora gospel Aline Barros, que cantou e juntas, ministraram praticamente um culto evangélico. Não possuo nenhum problema com religiões, mas para uma emissora que sempre proclamou não tomar partido de religião e não misturar isso com sua programação, como a própria Patrícia buscou justificar o momento, é um equívoco não só com as diretrizes que a emissora segue, mas pela realização de um evento laico para arrecadação de valores, como instituição e como seguimento de entretenimento. Agora, se o clã das irmãs Abravanel passou por um teste submetido pelo pai e possivelmente, suas futuras sucessoras, o resultado pra quem assistiu, foi de reprovação.
Com a meta de 30 milhões superada, o "Teleton 2019" foi encerrado com uma sensação de despreparo geral da direção, da equipe de bastidores, de planejamento em criar novas ideias para interagir com quem assiste, o que poderia tornar o percurso menos cansativo e principalmente, de quem esteve à frente das câmeras. Faltou bom senso e um plano B urgente já que se sabia que Silvio Santos não deveria comparecer, como citado por Patrícia ao explicar que havia uma esperança por parte delas em tê-lo no palco. A edição foi historicamente uma das piores, marcada por falhas e improvisos e a certeza de que o SBT sem Silvio Santos não é nada e que o futuro, pode ser uma guerra.
Deixo minha esperança de uma reformulação urgente do formato ultrapassado e cansativo de passar o tempo todo pedindo para que quem estiver assistindo faça uma ligação, é necessário ir além disso!
Obrigado pela visita e até a próxima!
Concordo ,que poderia ser feito muito mais,faltou criatividade e o pior de tudo foi a cantora gospel,acabou com 22 anos de programa, achei um horror...gosto da Patricia,mais ela errou muito em deixar isso acontecer,não tá preparada...
ResponderExcluirNada contra a cantora gospel, mais não era nem o lugar e nem o momento,e acabou mudando todo clima do Teletom e fez muita gente mudar de canal. Se tivesse só cantado teria sido maravilhosa, uma pena...
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