Depois da edição do ano anterior que deixou a desejar e frustrou o público, a direção da Globo precisou tomar medidas para que o erro não se repetisse. Para tanto, as primeiras chamadas da estreia da 20ª temporada do "Big Brother Brasil 20" já anunciavam uma edição histórica.
O maior destaque da edição se tornou a reunião de anônimos, inscritos, como acontece anualmente e, um grupo de famosos, com popularidade na internet que aceitaram o convite da emissora a se juntar com esses desconhecidos e ficarem três meses confinados numa mesma casa na luta pelo prêmio milionário. Era a chance para muitos ganharem a fama e um risco para muitos, ainda mais para os influencers digitais que, em algum ato falho, poderiam "se queimar" diante das mídias e dos seguidores.
A alma do formato renasceu e até homenageou edições anteriores com "provas do monstro, provas de resistências que fizeram jus ao objetivo das mesmas, além do quarto branco e a adição de dois novos participantes através do voto que ficaram "expostos" ao povo em um shopping, na Casa de vidro. Não faltaram discussões, fofocas e picuinhas que prenderam a gente na frente da TV e das redes sociais.
As redes sociais em geral, como o Twitter, ganharam muito mais espaço para comentários e repercussões de conteúdos do programa. A internet, como reflexo, reagiu muito bem aos comentários dos brothers e se iniciou debates a respeito de temas que surgiram no programa como racismo, afinal, tivemos uma edição com espaço suficiente para falar sobre assuntos pertinentes da sociedade, debater o racismo, o sexismo, o machismo e o feminismo e a luta por direitos iguais.
O programa trouxe motivos de sobra para ter tornado a temporada icônica e memorável: brigas de influencers digitais; debates mais incisivos sobre machismo, feminismo e racismo, além de outros temas; o poder feminino que ganhou cada vez mais força com o passar dos dias; os momentos hilários que renderam muitos memes, principalmente com ajuda de Manu; a briga de Rafa Kalimann com Flayslane que fez muito sucesso e foi reproduzida por internautas; Anitta fazendo promessa de live na internet para a saída de Manu Gavassi; os famosos que torceram e passaram a comentar continuamente; as lives dos cantores; a repercussão da coreografia de Manu Gavassi para a música "Don't Start Now", que chegou até Dua Lipa, que gravou uma live para o programa e mensagem para os confinados; o apoio da grande atriz Viola Davis através de um retweet em apoio à campeã; os anúncios de Netflix (maior concorrente em streaming com o GloboPlay), pela primeira vez em intervalos na Globo durante a transmissão da final, entre outros.
Tiago Leifert ostenta a placa certificadora do recorde de votos que colocou o BBB 20 no Guiness - Imagem: Globo. |
Dias antes da grande final, Tiago Leifert chamou a representante do Guiness no Brasil, ao vivo, para comunicar a validação do recorde mundial de votações pela internet em um programa de TV. Com 1.532.944.331 votos, o paredão do dia 31 de março, que foi disputado por Manu, Mari e Prior, colocou o programa no Guiness World Records, eliminando então, Felipe Prior.
Em época de pandemia e isolamento social, sem futebol, o BBB 20 se tornou o centro da torcida do Brasil e bateu recordes de audiência. Com isso, muitos profissionais por trás do programa, merecem reconhecimento e aplausos por levarem entretenimento e diversão para o Brasil em momentos tão difíceis.
As finalistas Rafa Kalimann, a campeã Thelma Assis e a terceira colocada, Manu Gavassi - Imagem: Reprodução/Globo/Twitter. |
Para fechar o combo, a final foi disputada por três mulheres com forças suficientes para ganhar. Uma delas brilhou mais e mereceu o prêmio: Thelma Regina Assis. Mulher negra, guerreira e humilde, a campeã que se tornou médica graças a oportunidades que não estão alcance de todos, precisou lutar muito para chegar onde chegou, enfrentando a pobreza e sendo a única negra em uma turma de universitários de Medicina. Sua história serviu de inspiração pela busca de seus sonhos, pela força de conquistar o que se deseja, a alegria de viver. A vitória de Thelma significa muito mais que se pode imaginar. Thelminha, como era carinhosamente chamada, representou tantas Thelmas pelo Brasil afora a lutarem por seus objetivos, agarrarem as oportunidades e que elas podem estar onde quiserem estar.
É inegável que a temporada 20 entra para a história pelo seu contexto e como tudo aconteceu. Como nós, meros telespectadores experimentamos como é estar preso dentro de casa. Como nós nos divertimos torcendo, rindo e se emocionando. Como nós votamos loucamente. Como nós dançamos juntos e esquecemos dos nossos problemas e do mundo lá fora por alguns instantes. Como o Brasil corrigiu o erro de edições passadas e deu o prêmio a uma merecedora. Como dificilmente esqueceremos de momentos tão marcantes, de rostos e personalidades que conhecemos, amamos e odiamos. Como o Big Brother Brasil tornou-se popular, com um retrato da vida real e um experimento de comportamento, de lida com diferenças. A vida é o retrato do BBB: o jogo da empatia, do convívio e das representações do ser humano. É histórico levar alegria em momentos tão difíceis, prometer, fazer acontecer, entrar para o Guiness, chamar a atenção de Dua Lipa, Viola Davis e ainda colocar o país vidrado na frente da TV.
Incentivados por Manu, brothers dançam "Don't Start Now", de Dua Lipa - Reprodução/Globo. |
Obrigado pela visita e até a próxima!
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