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FILME DO FIM DE SEMANA #1: "THOSE PEOPLE" - NETFLIX

A partir de agora vou fazer uma crítica de um filme toda semana que assistirei na Netflix e começo hoje, com "Those People", que assisti ontem à noite.

THOSE PEOPLE
EUA, 2015. Direção: Joey Kuhn. Elenco: Jason Ralph, Jonathan Gordon (XI), Britt Lower, Allison Mackie, Haaz Sleiman, Chris Conroy. Drama/Romance/LGBT.
Charlie é um jovem pintor que fica dividido entre o amor de um pianista estrangeiro e o amor platônico que sente por seu melhor amigo, Sebastian.


Os primeiros minutos nos trazem Charlie e Sebastian compartilhando de uma momento de descontração e diversão enquanto competem tentando cantar corretamente uma música clássica. Uma clara amostra de como são próximos e isso é importante demais para o andar do filme. É importante saber que Sebastian é mimado e possessivo e seu pai cumpre pena na cadeia.

Charlie é um personagem desenvolvido para acharmos fofo, sentirmos emoção e ficar feliz por ele, pela felicidade dele. Felicidade que muitos gostariam de sentir. Encontrar o caminho certo, fazer o que gosta, encontrar seu porto seguro numa pessoa bem resolvida e que diga que te ama. Sim, quem não gostaria de ser feliz? Felicidade que não se resuma a dinheiro ou qualquer objeto material, felicidade emocional, do coração. Amar alguém e sentir que isso é a razão da sua vida, que não trocaria momentos por qualquer coisa do mundo.

Sebastian é para sentirmos pena, ao mesmo tempo ódio e a esperança de ser melhor. É um personagem abalado, sem amarras, é alguém que não sabe o quer e ao mesmo tempo quer tudo. Possessivo, mimado e com o psicológico abalado. Talvez por tudo que passou e ainda passa, pela mídia que gosta de cercá-lo e agredir com palavras de repudio. É difícil saber se ele ama Charlie ou se o que sente é apenas ciúme de perder a amizade, de ver o amigo com outro, um ciúme possessivo.

Tim é o pianista que enche a alma de Charlie de afeto. O brilho nos olhos, a troca de olhares, aquela conversa a sós que te excita, relaxa, um momento que poderia ser repetido na sua cabeça pra sempre e lhe traria uma sensação de estar completo, da alegria que extravasa, que faz a gente ver tudo ao nosso redor mais colorido e mais lindo. Conversa que acaba com um beijo, o primeiro beijo dos dois. Os olhos nos olhos, o som da respiração, aquela mão na cintura, os lábios nos lábios e o silêncio ao seu redor. 

A relação dos dois é linda e eu torci o filme todo por eles. Charlie não merecia Sebastian. Não merecia por que era egoísta, não sentia amor e não poderia dar o amor que Charlie merecia receber. Este que sempre o apoiou e buscou acalmar o amigo nos momentos de crise pessoal e emocional. Tim era o porto seguro, mas Charlie ainda não estava pronto para ouvir e dizer "eu te amo". Talvez ainda fosse cedo, talvez ainda fosse complicado e difícil se desprender do seu apaixonante ideal de amor que cultivava por Charlie.

Tim e Charlie se desentendem e terminam a relação. Então Charlie decide resolver sua situação com Sebastian, mas desgasta a amizade numa tentativa de fazê-lo entender que o ama. A realidade que dói e que depois nos traz arrependimento por ter agido de tal maneira. Sebastian não sabe o que quer, mais uma vez. Quando Tim e Charlie retomam o relacionamento e fazem planos juntos, Sebastian vive num isolamento entregue à solidão. Mostra num grito silencioso a falta que sente do amigo, dos sentimentos, da sua vida louca, de ver que chegou ao fundo de suas emoções ao tentar se jogar do terraço de sua casa, sendo impedido de cometer o ato, beijando Charlie e ocasionando mais uma desavença entre ele e seu namorado.

Tim decide deixar Charlie e ele volta pra casa da mãe junto com Sebastian. A mãe de Charlie o aconselha a se despedir de Tim, porque "homens de verdade se despedem" e ele vai à procura do ex, mas não o encontra. Então, Sebastian resolve "presentear o amigo com um pedido de desculpa" e vai até o quarto e encontra Tim deitado em sua cama lhe esperando e diz que foi Sebastian que ligou pra ele. Essa cena me emocionou muito, transmitiu uma sensação de surpresa, de felicidade e satisfação. 

"Ainda não é a nossa hora" foi para botar um ponto final, mas não definitivo. Quem sabe um dia seja o momento certo, que um dia os ventos soprem ao nosso favor. 

Em muitos momentos, fica a visão de Charlie que era bom ter o amigo, mas era muito ter o namorado, fica entre os dois. Charlie não termina com nenhum dos dois. Mas termina feliz, com a consciência tranquila e contente. Recomeça então de ontem tudo começou, da amizade, do mais sublime sentimento de ter amigos.

Preciso ser sincero, me senti num sonho com os momentos felizes e apaixonantes de Tim e Charlie. Eram lindos juntos. Torci demais pelo casal, mas uma pena que não terminaram juntos. Ao mesmo tempo torci por Sebastian, as cenas no início do filme em que pareciam quase se beijar ou se aproximavam, me animava com a pontualidade dessa amizade.

Um filme excelente, emocional, intenso, com uma fotografia e roteiro expressivos. Deixo minha recomendação aqui, corram lá na Netflix e assistam, se emocionem.

Those People - Aquelas pessoas.




Obrigado pela visita e até a próxima!

Comentários

  1. Babado, voce tem Netflix ? SOCORROOO - Queria tanto ver esse filme..
    Um beijo, Dalila Costalonnga

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  2. Acabei e ve esse filme,ainda estou emocionado com tudo que rolou.

    ResponderExcluir
  3. Esse filme tem uma vibe apaixonante!

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  4. A GENTE NÃO DÁ O FINAL DO FILME EM UMA CRÍTICA, CARALHO.

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  5. UAU! Amei sua crítica! Bela e interessante! Tem alguns meses que eu assisti, e até hoje ele não sai da minha cabeça, ao reler o que foi escrito aqui revivi cada sensação. Eu não esperava grandes coisas deste movie, e terminei sendo surpreendida, maravilhada em cada detalhe. E a fotografia é algo excelentemente cativante!

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